quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A morte de Sá Carneiro


Começo por afirmar que conheci pessoalmente a mulher do piloto Jorge de Albuquerque e aqui deixo o meu grito de revolta pela maneira como ela e os 2 filhos foram tratados depois da morte do marido.
Passaram fome,lutaram para que o nome do esposo e pai fosse limpo.
O Jorge era um excelente piloto,só assim se compreende que ainda tenha aguentado a nave depois dos pés desfeitos por uma bomba.
Agora entremos na história.
Tudo o que for postado pode ser encontrado na net também.
Basta procurar,investigar,juntar as peças.
Claro que nunca poderemos acusar directamente A ou B.
É um conjunto de interesses e pessoas que levaram à morte de Adelino Amaro da Costa e Sá Carneiro,na ânsia de chegar depresssa ao Porto,por arrastamento.
-Tudo gira à volta de um saco azul ou fundo que servia para fazer face às despesas da Guerra Colonial.
Este fundo, diga-se, encontrava-se numa situação peculiar: passados oito anos do fim da guerra ainda se encontrava disperso por vários bancos e tinha cerca de um milhão de contos.
Até ao 25 de Abril era responsabilidade do Ministro Alberto de Andrade e Silva (1973-1974).

-Em 25 de Abril de 1974 deu-se um golpe militar que derrubou o governo de Marcelo Caetano e pôs fim à Guerra do Ultramar. Na sequência deste golpe, as Forças Armadas assumiram a tutela do novo regime democrático instalado, tornando-se independentes do poder civil. Como tal foi estabelecido o Conselho da Revolução presidido pelo Presidente da República e composto apenas por militares, que assumiu a responsabilidade sobre todos os assuntos das forças armadas. Nesta organização o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas tinha um estatuto equivalente ao do Primeiro-Ministro, e os chefes dos estados-maiores dos ramos, assumiram a função dos anteriores ministros militares.

No governo (civil) foi mantido o cargo de Ministro da Defesa Nacional, mas agora sem qualquer tutela sobre as forças armadas. O Ministro da Defesa Nacional servia apenas como elemento de ligação entre o governo e as forças armadas, sobretudo no que dizia respeito à política de defesa e aos assuntos orçamentais.
Este preâmbulo serve para situar a responsabilidade do fundo antes e depois do 25 de Abril.

O acidente de Camarate ocorreu em 4 de Dezembro de 1980.

Ministros da Defesa Nacional (1974-1982)
Mário Firmino Miguel (I Governo Provisório e II Governo Provisório)
Victor Manuel Rodrigues Alves (II Governo Provisório)
Silvano Ribeiro, III Governo Provisório (IV Governo Provisório e V Governo Provisório)
José Baptista Pinheiro de Azevedo (VI Governo Provisório)
Mário Firmino Miguel (I Governo Constitucional, II Governo Constitucional e III Governo Constitucional)
José Alberto Loureiro dos Santos (I Governo Constitucional e V Governo Constitucional)
Adelino Manuel Lopes Amaro da Costa (VI Governo Constitucional)
Luís Aníbal de Sá de Azevedo Coutinho (VII Governo Constitucional)
Diogo Pinto de Freitas do Amaral (VIII Governo Constitucional)

-Em Outubro de 1974 chega discretamente à embaixada dos USA Frank Carlucci,antigo chefe da CIA.
Vem para seguir o movimento dos capitães e coordenar as medidas a tomar para proteger os interesses americanos.
Todos sabem que não há partido clandestino mais bem preparado para assaltar o poder que o PCP.
Por isso é dada luz verde a Espanha para invadir Portugal e os USA ficarão com a base das Lajes(tudo isto já com aval da NATO).
Carlucci sem ninguem capaz de tomar as rédeas do poder com carisma suficiente e atento aos interesses dos USA,opta por Mário Soares.
O resto todos sabem ou deveriam saber.
Soares torna-se assim devedor moral ddos USA.

-Norte Importadora Lda, propriedade de José João Zoio, conhecido cavaleiro tauromáquico e também comerciante de armas.
http://forumarmada.no.sapo.pt/docs/FA-Marverde/marverde2.html
Terá o seu papel nesta história.

O caso Irão-Contras
A operação começou como uma tentativa de melhorar as relações entre Estados Unidos e Irão, através da mediação de Israel,que iria enviar armas para um grupo politicamente influente de iranianos; os Estados Unidos iriam então fornecer mais armas para Israel e receber o pagamento feito pelos iranianos aos israelenses. Os destinatários iranianos prometeram fazer o possível para conseguir a libertação de seis estadunidenses que eram mantidos reféns pelo grupo islâmico xiita libanês Hezbollah, que era inadvertidamente ligado ao Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica.

O plano acabou virando um esquema de "armas por reféns", no qual os membros do Poder Executivo dos Estados Unidos vendiam armas para o Irão em troca da libertação de reféns estadunidenses. Grandes modificações ao plano foram feitas pelo tenente-coronel Oliver North, do Conselho de Segurança Nacional, no final de 1985. A partir de então, uma parcela do lucro obtido com a venda de armas foi desviado para financiar os rebeldes anti-sandinista e anti-comunistas, os Contras, na Nicarágua. Apesar de que Reagan era um defensor da causa dos Contras, não foram encontradas evidências mostrando que ele autorizou o plano.

Após a venda de armas ser revelada pela imprensa em novembro de 1986, Reagan apareceu na rede nacional de televisão para afirmar que as transferências de armas ocorreram de fato, mas que os Estados Unidos não estava negociando armas por reféns. A investigação do escândalo foi comprometida quando grandes volumes de documentos relativos ao caso foram destruídos ou retidos por funcionários do governo Reagan. Em 4 de março de 1987, Reagan fez outro discurso televisivo assumindo total responsabilidade por quaisquer ações feitas sem seu conhecimento e admitindo que "o que começou como uma abertura estratégica nas relações com o Irã deteriorou-se, em sua implementação, na troca de armas por reféns".

Várias investigações foram feitas, incluindo as do Congresso dos Estados Unidos e da Comissão Tower, nomeada pelo próprio Reagan. Nenhuma delas encontrou qualquer evidência de que Reagan soubesse da extensão do plano. Por fim, catorze funcionários do governo federal foram responsabilizados por crimes, e onze deles condenados, incluindo o então Secretário de Defesa Caspar Weinberger. Todos eles receberam perdão presidencial nos últimos dias do governo de George H. W. Bush; Bush tinha sido vice-presidente na época do escândalo.
Pesquisem na wikipedia,está lá.
Outra versão,para mim a correta:
Tráfico ilegal de armas e financiamento da Contra
Acusou-se a altos servidores públicos da administração do presidente Ronald Reagan do governo dos Estados Unidos da suposta organização de uma rede de tráfico ilegal de armas com destino a Irão,então em guerra com o Iraque (veja-se a guerra Irão o Iraque), cujos ganhos iriam destinadas a financiar à Contra nicaraguense e à realização de acções terroristas contra a Nicarágua devido ao âmbito ideológico de seu governo que estava constituído pela Frente Sandinista de Libertação Nacional FSLN.
O aspecto mais turvo desta triangulacão foi o uso de cocaína dos carteis colombianos para financiar os Contra mediante um orçamento "negro".
Usaram-se aviões militares estadounidenses e instalações do mesmo país em Ilopango, El Salvador, para mover dita droga para os Estados Unidos. Usaram-se assassinos da Operação 40 da CIA nesta manobra. O mais importante foi Barry Seal do qual HBO efectuou um filme tocando o tema do narcotráfico no Escândalo Irão-Contras.
Dito aspecto foi plasmado na série "Dark Alliance" do jornalista Gary Webb no San José Mercury News. Esta série jornalística seria convertida no livro do mesmo nome.

O primeiro aeroporto usado foi Mena, Arkansas. O governador de Arkansas de então era Bill Clinton. Os banqueiros dos Clinton eram Jackson Stephens e James Bath,este último amigo pessoal de James Carter, colega de Inteligência Naval na Academia Naval de Annapolis.

Os fundos que se trasferíam pertenciam à família Bin Laden.


Investigação
Em novembro de 1986 um jornal libanês revelou o tráfico clandestino de armas.Posterior investigação levou-los a estabelecer uma relação entre a venda de armas e o financiamento dos Contras. Oliver North, que era nesse momento Tenente Coronel do Corpo de Marines (Infantaría de Marinha) dos Estados Unidos, foi uma das peças principais de toda a operação.

Ronald Reagan admitiria o tráfico de armas,justificando-o como acto de boa vontade para o Irão,pois naquele momento estavam sequestrados no país cerca de 50 cidadãos estadounidenses, vítimas de terroristas libaneses. Desta maneira, era um acto destinado a melhorar as relações entre ambos países. Por isso desmentiu rotundamente que se estivesse a produzir uma mudança de reféns por armas, e negou, em todo o caso, que aquela venda financiasse à organização armada nicaraguense.

Em 1987 uma comissão de investigação a cargo do ex senador John Tower emitiu uma dura condenação à acção presidencial, não chegando a ficar provado o que se utilizassem os benefícios do tráfico de armas para financiar à Contra.

Em 1992, George Bush pai, presidente então, indultou os seis altos cargos que tinham sido encarcerados por ter mentido ao Congresso sobre a existência da venda de armas a Irão.
http://pt.wikilingue.com/es/Ir%C3%A3o-Contras


-E agora vamos à morte de Sá Carneiro.
Para o caso Irão-Contras é pedido a Portugal apoio.
Um jornalista português conseguiu ter acesso aos manifesto de carga de aviões americanos que pousaram em Portugal e num deles(por lapso de um funcionário),tinha sigo escrito como destino final o aeroporto de IL(Ilopango)usado como acima vimos pelos Contras.
O excedente de G3 foram vendidos para os Contras através da Norte Importadora e os lucros entraram no célebre saco azul da Defesa,já que se tratava de uma operação secreta.
Adelino Amaro da Costa começa a investigar o célebre fundo ou saco azul e ameaça ir até às ulimas consequências.
Como foi provado muitos anos mais tarde,foi colocada uma bomba junto dos pés do piloto do Cessna que ao deflagrar matou Amaro da Costa,Snu Abecassis,Sá Carneiro,assessores e os 2 pilotos.
-Freitas do Amaral defende uma investigação rigorosa ao antigo fundo de defesa militar do Ultramar e que os antigos chefes e vice-chefes do Estado Maior General das Forças Armadas devem depor sobre o caso Camarate.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-vice primeiro-ministro de Sá Carneiro lança um livro, na segunda-feira, com a correspondência que trocou, em 1995, com o então procurador-geral da República, Cunha Rodrigues.

Freitas do Amaral tem a tese que o atentado de Camarate, que matou Sá carneiro e comitiva, dirigia-se não ao então primeiro-ministro, mas sim a Adelino Amaro da Costa, que também ia no avião.

Amaro da Costa era o ministro da Defesa e tinha levantado a questão do fundo de defesa militar do Ultramar. Este fundo funcionava como um autêntico “saco azul” para despesas militares durante a guerra colonial.

A guerra acabou e o fundo continuou a funcionar, envolvendo vários milhões de contos. O dinheiro foi gasto mas não se sabe como nem por quem.

Adelino Amaro da Costa, na altura em que era ministro,quis saber e há quem diga que já possuía documentos muito comprometedores, mas entretanto aconteceu o desastre de Camarate.
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=92&did=130491
TIREM AS ILAÇÕES QUE ENTENDEREM,COMO DISSE NUNCA SE PODERÁ APONTAR 1 PESSOA COMO A RESPONSÁVEL DO ATENTADO.
Quanto a esta matéria num blog de crianças desaparecidas relembro o k vi escrito num blog da nossa praça:
Quem é a sorridente figura pública que arranjava rapazinhos para o embaixador Carlucci, pedófilo tão compulsivo que chegava a ter ataques de fúria quando não o "serviam".
http://holocaustocorrosivo.blogspot.com/2005/09/casa-pia-o-clebre-mail-reencaminhado.html

15 comentários:

algatosz disse...

dinheiro...sempre o dinheiro...ocorre-me o poema de Mia Couto
POBRES DOS NOSSOS RICOS

A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.

Mas ricos sem riqueza.

Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.

Rico é quem possui meios de produção.

Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.

Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.

A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".

Aquilo que têm, não detêm.

Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.

É produto de roubo e de negociatas.

Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.

Vivem na obsessão de poderem ser roubados.

Necessitavam de forças policiais à altura.

Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia.

Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.

Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem ...
Mia Couto

Parabéns pelo texto...continue...
Beij de coração

tron disse...

parabéns pelo seu artigo e obrigado pela visita ao meu recanto e de facto o seu artigo além de ser uma resposta é um complemento para o meu artigo e é sempre bem-vindo no meu recanto e muito em relação a camarate tem que ser esclarecido e nunca foi

Karocha disse...

E é preciso ter em conta o preço do avião!

Karocha disse...

Bom Natal

Abraço
Karocha

Anônimo disse...

Curioso ter descoberto que o meu pai esteve envolvido num possível assassinato de um amigo de família quando tinha apenas 29 anos, estava no auge da sua carreira tauromáquica, onde era das principais figuras, e nunca se tinha imiscuído nos negócios da Norte Importadora fosse por falta de tempo ou interesse (só começou a trabalhar lá em 84, um ano após a sua queda a cavalo).

Foi ainda mais surpreendente ter sabido que o meu pai foi um peça preponderante numa das mais importantes operações militares pré-25 de Abril - para matar um presidente marxista sanguinário e resgatar os prisioneiros de guerra portugueses - com apenas 19 anos...

Fernando Moura, bem sei que as fontes não se revelam, mas tem de tentar pôr-me em contacto com elas. Gostaria de saber se sempre foi o meu pai o responsável pelo fim da Segunda Guerra Mundial.

Duarte Zoio

Anônimo disse...

Curioso ter descoberto que o meu pai esteve envolvido num possível assassinato de um amigo de família quando tinha apenas 29 anos, estava no auge da sua carreira tauromáquica, onde era das principais figuras, e nunca se tinha imiscuído nos negócios da Norte Importadora fosse por falta de tempo ou interesse (só começou a trabalhar lá em 84, um ano após a sua queda a cavalo).

Foi ainda mais surpreendente ter sabido que o meu pai foi um peça preponderante numa das mais importantes operações militares pré-25 de Abril - para matar um presidente marxista sanguinário e resgatar os prisioneiros de guerra portugueses - com apenas 19 anos...

Fernando Moura, bem sei que as fontes não se revelam, mas tem de tentar pôr-me em contacto com elas. Gostaria de saber se sempre foi o meu pai o responsável pelo fim da Segunda Guerra Mundial.

Duarte Zoio

FM disse...

Sr Duarte Zoio a ajuda da Norte na libertação dos portugueses vem num postulado das próprias Forças Armadas.
Td o resto vem de fontes confiáveis.
Se de facto o Sr. seu pai não fazia nada dentro da Norte nakelas alturas,as minhas desculpas desde já por algo k possa manchar a sua memória.

Karocha disse...

Esta conversa é para desviar o meu amigo fm, da entrevista do BiBi ao Carlos Tomás?

Karocha disse...

Alias,adorava que o Carlos Tomás, como grande jornalista de investigação que diz ser, pegasse no telefone e me ligasse de novo!
Ò pegas!!!

Unknown disse...

Sr Duarte Zoio,o Luis M. ainda trabalha convosco na Norte?

Unknown disse...

E se ler atentamente não acusei a Norte de ser a causadora da morte de Sá Carneiro.
Não é isso que lá está escrito.

Anônimo disse...

Caro Fernando Moura,

Antes de mais, obrigado pela cordialidade.

Bem sei que não acusou, mas tente perceber a minha posição... têm sido anos e anos a ouvir determinadas situações em que o meu pai, simplesmente, não esteve presente, mas sim o meu avô... a vida TODA o meu pai "acusado" injustamente por inúmeras situações. E a sua postura, se o conheceu sabe disso, sempre foi de não reagir e, no limite, falar cordialmente e tentar explicar. Como pode imaginar, não deixa de ser revoltante para mim e para a minha família, que sempre optou por NUNCA responder e reagir aos rumores e boatos.

Então vamos por pontos:

As histórias da Operação Mar Verde são, como disse, insofismáveis e é mais do que sabido e provado que, de facto, o meu AVÔ foi determinante no desenrolar do resgate dos prisioneiros de guerra portugueses, morte do presidente (sanguinário!) Touré, etc, etc. E se quer que lhe diga, perante os documentos e dados que tenho em minha posse, fez o que devia ter feito. Fez o que qualquer patriota faria.

Relativamente à morte do Sá Carneiro, posso-lhe garantir que, além de amigo da família (posso mostrar-lhe fotografias e cartas), a sua morte em nada beneficiou ou prejudicou os negócios do meu avô e da Norte Importadora. Foi um caso que, garanto-lhe, abalou bastante a minha família que, não sei muito bem como, acabou por ver, mais uma vez, o seu nome arrastado para um caso gravíssimo em que nada teve a ver.

Relativamente à empresa Norte Importadora, o meu pai acabou por fechá-la pouco tempo após a morte do meu avô no início dos anos 90, uma vez que o meu avô é que era o "expert" na matéria e o meu pai era "apenas" um toureiro que se tinha retirado por questões de saúde. (cont)

Anônimo disse...

(cont)

Havia algo que o meu avô me dizia sempre quando eu era miúdo sobre os rumores que haviam sobre a licitude do negócio e que agora apresento por pontos:
- A Norte Importadora era uma empresa de material de defesa com escritórios em todo o mundo. Desta forma, era, naturalmente, transparente e facilmente detectada se cometesse alguma ilegalidade;
- Tinha uma CONSTANTE supervisão das mais variadas entidades nacionais e internacionais (NATO's, etc);
- Uma vez que o seu "core business" era o armamento e na altura (e ainda agora) havia um enormíssimo tráfico de material (se lhe dissesse alguns nomes de "supostos heróis portugueses" envolvidos em operações ilegais, o Fernando nem ia acreditar...), a empresa (e ele próprio) era vigiado, "escutado", auditado, etc, diariamente;
- TODAS as operações que fez tinham o consentimento do estado português e das altas instâncias internacionais (tinha de ser);
- Na guerra Irão/Iraque tomou uma posição e, com apoios internacionais (que envolveu MUITA política, obviamente) apoiou o Irão. Na altura comentou-se muito e até se falou da crise da invasão da embaixada norte-americana e questionou-se sobre a culpabilidade do meu avô em armar aqueles terroristas. Sabe o que o meu avô respondeu (e está gravado numa entrevista que deu para a TV para um programa do Joaquim Letria?: Que se não fosse ele não estavam presos 64 reféns, mas tinham sido dizimados MILHARES de inocentes e que este acabou por ser um mal menor porque... tinha armar este povo para se proteger sabe de quem? De um ditador terrorista chamado Saddam Hussein que os EUA tinham "colocado" no Iraque e que tinham perdido o controlo sobre ele. Ou seja, se o Irão não se tivesse protegido do Saddam, ele teria DIZIMADO o médio Oriente e sabe bem o que viria a seguir...
- Finalmente, sobre o facto de vender armas ou material de defesa como dizia sempre (e isto lembro-me muito bem de ouvir): Tudo depende de que lado é que se agarra a arma. Se se armar um grupo que ataca injustamente uma aldeia, é-se um criminoso; agora, se se armar uma aldeia para se defender de um grupo de assassinos, é-se um herói...

Se o meu avô foi um negociante de material de defesa e delineou o curso da história e desfecho de algumas guerras? Claro que sim, mas garanto-lhe que TUDO o que fez foi com a anuência e apoio do Estado português e das mais variadas entidades Internacionais, como a NATO. Em toda a sua vida, e que eu ou qualquer outra pessoa amiga da família saiba, nunca houve uma prova contra ele ou contra a Norte Importadora, nunca foi acusado formalmente de nada, e muito menos condenado. Que se saiba, nunca vendeu nem uma fisga de forma ilegal. Basicamente, sempre se partiu do pressuposto que, uma vez que negociava material de defesa, tinha de ser obrigatoriamente traficante...

Curiosamente, (o meu avô) foi uma das primeiras pessoas a ser presa no 25 de Abril (com um mandado em branco e por um capitão sem escrúpulos e anti-patriota que se considera um "herói" após ter morto cerca de 20 pessoas "em nome da liberdade"), uma vez que era o "traficante do regime". E, desde então, o "mito" tem aumentado...

Duarte Zoio

Unknown disse...

Sr. Nuno,de facto era o seu avô e não o seu pai...mea culpa.
Não embrulhei a Norte na morte de Sá Carneiro.
A Norte foi apenas uma peça num mais intrincado jogo de poder que obviamente era conhecido do Estado Português.
Portanto a visão que dou é de um todo que culminou na morte de Sá Carneiro(por acidente),não era ele que estava destinado a morrer.
No caso Irão/Contras poderia ser a Norte como outra qualquer empresa,o seu negócio é vender armas,claro que toda a operação teve a cobertura quer das autoridades portuguesas,quer da CIA.
Obviamente que a morte de Sá Carneiro não tem a ver com a Norte,nem os seus dirigentes de alguma maneira contribuiram para a sua morte.
E o Sr. Nuno entendeu perfeitamente o que está no post,não é um ataque à memória de ninguem.
É um corolário de factos que levou a um saco azul,com quantidades monstruosas de $.
Porque as operações secretas de kk País funciona assim msm.
O que levou à morte de todos os ocupantes desse avião foi a honestidade de Adelino Amaro da Costa.
Ou se quiser da ganância de quem tinha acesso a esses fundos e os delapidou em seu benefício.
Não foi o seu avô,não foi o Sr. nem eu.
Provávelmente saberá,assim como eu sei quem foram.
Agradeço ter esclarecido alguns pontos que eu desconhecia,apenas pk não investiguei como deve de ser,bem a fundo.
E isso mea culpa.
thedream52000@yahoo.com,este é o meu mail,se quiser continuar este dialogo de uma maneira mais discreta.
Conheci,na minha vida profissional, a viuva de um vendedor de armas que me pediu para ajudar a arrumar o escritório do falecido marido.
Ali encontrei mt coisa interessante que ela graciosamente me deu.
Tb tenho um velho amigo de infância no negócio.
Penso ter resolvido todos os seus pruridos em relação à memória do Sr. seu pai e avô.

Anônimo disse...

Caro FM,

Agradeço-lhe mais uma vez a sua cordialidade.

Bem sei os envolvimentos políticos e empresariais do meu avô. Apenas pretendi afastar o nome do meu pai das histórias - e não do meu avô, que, como lhe disse, era, efectivamente, dono de uma empresa de material de defesa e esteve envolvido em N guerras, embora sempre com a anuência e apoio do Estado português e entidades internacionais.

Durante anos que o nome do meu pai tem sido envolvido injustamente em N histórias e este espaço de comentários serviu como um escape para o meu desabafo.

Brevemente entrarei em contacto consigo via e-mail para prosseguirmos esta conversa.

Obrigado,

Duarte Zoio

 

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